Neste artigo, explicamos tudo sobre o tema: o que é PLR, como funciona, quem tem direito, seus benefícios e como aplicá-la na sua organização.

Acompanhe quais são os principais assuntos abordados ao longo do texto e boa leitura!

O que é PLR?

A PLR é uma remuneração variável que recompensa colaboradores por metas atingidas, geralmente relacionadas ao aumento dos lucros de um período. 

Diferente do salário base, ela é paga de forma eventual, normalmente em intervalos anuais ou semestrais.

Esse benefício funciona como um reconhecimento direto pelos resultados alcançados pela equipe e está alinhado ao desempenho geral da empresa. 

Porém, vale lembrar que a PLR não substitui o salário base, mas sim o complementa, reforçando a ideia de meritocracia e colaboração.

Diferença entre PLR e PPR  

Embora os termos sejam usados como sinônimos, o PPR (Programa de Participação nos Resultados) pode ter um foco mais amplo, como metas operacionais, enquanto a PLR está diretamente vinculada ao lucro obtido.

O que diz a lei sobre a PLR? 

A PLR é um direito garantido pela Constituição Federal, no artigo 7º, inciso XI, que busca promover a melhoria das condições sociais dos trabalhadores urbanos e rurais.

Além de sua previsão constitucional, a PLR é regulamentada pela Lei nº 10.101/2000, que estabelece diretrizes para sua implementação. 

Após o planejamento, ela deve ser homologada por uma comissão composta por representantes da empresa e do sindicato da categoria.

Quando a PLR deve ser paga?

"</p

A legislação permite que o pagamento seja feito, no máximo, duas vezes ao ano.

Ainda assim, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) entende que, se houver previsão na convenção ou acordo coletivo, o pagamento mensal é permitido, desde que as parcelas não sejam consideradas como salário.

É importante ressaltar que, como regra, o valor recebido a título de PLR não compõe o salário do empregado. 

Contudo, algumas empresas utilizam essa prática de forma inadequada, mascarando parcelas salariais ou comissões como PLR mensal. 

Quando detectada essa irregularidade, a Justiça do Trabalho pode determinar que os valores sejam incorporados ao salário, com reflexos em verbas como férias, 13º salário, FGTS, horas extras, adicionais de insalubridade ou periculosidade, entre outros.

Por isso, é essencial que as empresas respeitem a legislação e apliquem a PLR de forma transparente, evitando conflitos trabalhistas e possíveis penalidades.

Como funciona a PLR na prática?

A implementação e o funcionamento da PLR variam de acordo com as estratégias e objetivos da empresa. Aqui estão os principais modelos:  

Pagamento anual 

Nesse modelo, a empresa recompensa os colaboradores com uma parte dos lucros, considerando o desempenho financeiro ao longo do ano.

Ela distribui os valores com base em critérios como:

  • Metas de faturamento;
  • Lucro líquido;
  • Margem de lucro;
  • Entre outros indicadores.

Semestral ou trimestral

Nesse modelo, a empresa pode realizar a remuneração de forma trimestral ou até semestral, o que permite acompanhar o desempenho financeiro com mais frequência.

Essa periodicidade não apenas promove uma distribuição mais regular dos pagamentos, mas também mantém os colaboradores engajados e alinhados com os objetivos estratégicos, incentivando a melhoria contínua e a participação ativa nos resultados.

Por departamento ou unidade de negócios

Algumas empresas escolhem estruturar o PLR com foco no desempenho de departamentos ou unidades de negócios específicos. 

Isso permite direcionar os incentivos para as equipes responsáveis por áreas estratégicas, promovendo a colaboração interna para atingir objetivos compartilhados. 

Além disso, essa prática pode aumentar o senso de pertencimento e a motivação ao valorizar diretamente o impacto coletivo no sucesso da empresa.

Individual

Há também empresas que o PLR é ajustado para refletir o desempenho individual de cada colaborador. 

Você pode personalizar com base em avaliações detalhadas, metas específicas e nos resultados que cada profissional alcança.

Essa estratégia não apenas reconhece o esforço e a contribuição única de cada pessoa, mas também incentiva um maior engajamento.

Por categorias de trabalhadores 

Em empresas que contam com equipes diversas, como funcionários administrativos e trabalhadores de fábrica, a PLR pode ser adaptada para respeitar as características de cada grupo. 

Quem tem direito à PLR?

A PLR pode ser oferecida a funcionários contratados sob o regime CLT, mas sua aplicação depende do que é negociado entre empresa e colaboradores.  

É importante lembrar que a PLR  não é um benefício obrigatório. Contudo, se implementada, deve contemplar todos os colaboradores contratados sob o regime CLT, embora os valores possam variar de acordo com o cargo.

Por outro lado, a bonificação não se aplica a:

  • Freelancers;
  • Estagiários;
  • Servidores públicos.

Quais são os setores que adotam a PLR no Brasil?

Como você já sabe, no Brasil, a PLR é amplamente adotada como uma estratégia para engajar colaboradores e melhorar a produtividade

Ele é mais comum em setores onde o desempenho financeiro e metas empresariais estão claramente ligados, como:

  • Indústria: empresas desse segmento frequentemente utilizam a PLR para alinhar os interesses dos trabalhadores com os objetivos organizacionais;
  • Setor bancário e financeiro: incentivos relacionados a resultados são comuns para engajar equipes e melhorar o desempenho;
  • Varejo: grandes redes adotam a PLR como forma de motivar os colaboradores, especialmente durante períodos sazonais de alta demanda;
  • Tecnologia e startups: com foco na inovação e crescimento rápido, a PLR é utilizado para atrair e reter talentos;
  • Construção civil: alinhando metas de produtividade e prazos de entrega, o programa é uma ferramenta para manter equipes motivadas.

Embora mais frequente nesses setores, o uso dela não é exclusivo. Ele pode variar conforme o porte e a cultura da empresa, e sua implementação depende de negociações entre empregadores e colaboradores. 

A empresa não precisa adotar o programa, mas, se decidir implementá-lo, deve seguir critérios claros e ajustá-lo às normas legais que regulam sua aplicação.

Benefícios do PLR para empresas e funcionários

A PLR apresenta vantagens significativas para ambos os lados:  

Para empresas 

  • Engajamento: equipes motivadas entregam resultados superiores;  
  • Retenção de talentos: benefícios competitivos ajudam a manter os melhores profissionais;  
  • Cultura organizacional: promove alinhamento entre os objetivos corporativos e o time.  

Para funcionários  

  • Reconhecimento: Recompensa os esforços e incentiva a produtividade;  
  • Planejamento financeiro: Permite um ganho extra que pode ser usado em projetos pessoais;  
  • Senso de pertencimento: Reflete a valorização do trabalho individual e coletivo;

Como implementar um programa de PLR?

Sabe como implementar a PLR na sua empresa?

Se você deseja adotar a PLR devem seguir estas 5 (cinco) etapas:  

  • 1. Planejamento: identifique as metas organizacionais e os indicadores de desempenho a serem utilizados;  
  • 2. Negociação: defina regras claras em conjunto com representantes dos trabalhadores;  
  • 3. Formalização: estabeleça o plano em um documento oficial, validado por um acordo coletivo; 
  • 4. Comunicação: apresente o programa à equipe, explicando critérios e prazos;  
  • 5. Monitoramento: acompanhe regularmente os resultados e ajuste o plano conforme necessário.

PLR em momentos de crise: é viável?

Mesmo em cenários desafiadores, a PLR pode ser uma ferramenta para manter a motivação dos colaboradores. 

Ajustar metas ou implementar critérios alternativos são estratégias viáveis para garantir o benefício sem comprometer a saúde financeira da empresa.

O funcionário que é demitido antes do pagamento da PLR tem direito a receber?

De acordo com a Súmula 451 do TST, o trabalhador tem direito ao pagamento proporcional da PLR caso seja demitido sem justa causa ou peça demissão. 

Isso significa que, pelos meses trabalhados, o colaborador deve receber a parte correspondente do valor total do benefício. 

Por exemplo, se o empregado esteve na empresa por 5 (cinco) meses, ele terá direito a 5/12 da PLR.

Essa decisão reconhece que, durante o período de trabalho, o empregado contribuiu para os resultados da empresa. 

Por isso, muitos acham injusto que você fique sem sua parte proporcional, mesmo após o fim do vínculo empregatício.

Aproveite para ler também:

Mitos e verdades sobre a PLR

  • PLR é obrigatória para todas as empresas.

Mito! Sua implementação é opcional e depende de negociação.  

  • O valor da PLR deve ser igual para todos.  

Mito! Pode variar conforme critérios definidos, como desempenho e cargo.  

  • A falta de lucro isenta a empresa de pagar PLR.  

Verdade! Desde que isso esteja previsto no acordo coletivo.

PLR e o futuro: tendências e inovações

Com a digitalização, empresas têm adotado ferramentas para gerenciar e calcular a PLR com mais eficiência. 

Soluções tecnológicas oferecem maior transparência, permitindo um acompanhamento preciso das metas e garantindo o pagamento justo.  

Além disso, o alinhamento da PLR com práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) está se tornando uma tendência, incentivando comportamentos mais éticos e responsáveis dentro das organizações.

Conclusão

Chegamos ao final de mais um artigo. Ao longo do texto, você percebeu que a PLR é mais do que um benefício financeiro: é uma estratégia poderosa para promover engajamento, alinhamento e valorização. 

Se bem implementada, pode transformar a relação entre empresa e colaboradores, gerando um ciclo de crescimento e reconhecimento mútuo. Avalie como ela pode fazer a diferença na sua organização!

Se você gostou deste conteúdo, compartilhe nas redes sociais e leia outros conteúdos interessantes através do nosso blog.

Até à próxima!